HRW adverte que contexto que favoreceu Zika no Brasil ainda persiste

São Paulo, Brasil – Os problemas que permitiram que a epidemia de zika atingisse há dois anos o Brasil persistem, advertiu nesta quinta-feira (13/7) João Guilherme Bieber, pesquisador da Human Rights Watch (HRW).

“O que importa e reconhecer que os problemas que permitiram que a epidemia de zika ocorresse há dois anos continuam a persistem. E preciso que haja investimentos e politicas governamentais que resolvam estes problemas. Não basta considerar que porque a emergência acabou o perigo desapareceu. Ele continua, a qualquer momento pode surgir uma nova epidemia’, destacou Bieber, durante a apresentação do relatório “Abandonadas e desprotegidas: O impacto da epidemia de zika em mulheres e jovens no nordeste do Brasil”.
Remédio contra a malária pode proteger fetos do vírus ZikaSegundo o documento de 103 páginas, não responder aos problemas que contribuíram para a escalada da zika no Brasil “deixa a população vulnerável a futuras epidemias e a outras ameaças sérias à saúde pública”. “A qualquer momento pode surgir outra epidemia”, advertiu Bieber. Entre 2015 e abril de 2017, o total de 2.753 casos de zika foram registrados no Brasil, e mais de 3 mil estão sendo investigados.
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“Descobrimos que o surto do vírus Zika no Brasil impactou desproporcionalmente as mulheres e as meninas e agravou antigos problemas de direitos humanos, incluindo o acesso inadequado à água e ao saneamento, as disparidades raciais e socioeconômicas no acesso à saúde e as restrições aos direitos sexuais e reprodutivos. Esses problemas existiam muito antes de o governo confirmar a transmissão local do vírus Zika. No entanto, o surto e a resposta nacional e internacional trouxeram atenção renovada a esses desafios de saúde pública e direitos humanos no Brasil”, destaca o relatório.
A Human Rights Watch analisou a questão dos direitos humanos através da lente do surto de Zika. “Nossa pesquisa encontrou lacunas na resposta das autoridades brasileiras que têm impactos particularmente prejudiciais sobre mulheres e meninas e deixam a população em geral vulnerável a surtos contínuos de doenças graves causadas por mosquitos”.
O vírus da zika, descoberto em 1947 em uma selva de Uganda com este nome, começou a se propagar em 2015 no nordeste brasileiro e rapidamente se converteu em uma epidemia explosiva que atingiu toda a América Latina.
Fonte: Correio Braziliense
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