O sonho de ser jogador de futebol tem sido bem alimentado em cinquenta meninos de Vitória da Conquista e municípios vizinhos. Há um ano, o conquistense Danilo Santos, que já jogou em vários times profissionais do Brasil e em Malta, montou um centro de treinamento para preparação dos atletas, com treinos táticos e técnicos, além de condicionamento físico.
A DS Treinamentos Específicos oferece gratuitamente toda essa preparação. Mas para isso é necessário ser aprovado em algumas avaliações realizadas pela equipe de profissionais, formada também pelo preparador físico Wallace Rebouças e pelo preparador de goleiros Junior Japão. Para manter o projeto, eles contam com a parceria da Coordenação Municipal de Esportes, que cede três vezes por semana o Estádio Edvaldo Flores, e de outras empresas da cidade.
“Estamos tentando fazer esse trabalho num espaço cedido pela Prefeitura com alguns apoiadores que nos incentiva a não desistir, pois é um projeto social que requer gastos. Em pouco tempo, já temos grandes frutos: conseguimos enviar quinze atletas para clubes de várias regiões do Brasil e hoje temos quatro meninos do projeto que permaneceram nestes clubes. A gente espera com pouco fazer muito por Vitória da Conquista”, declara Danilo Santos.
O coordenador Municipal de Esportes, Jaldo Mendes, ressalta a finalidade do treinamento realizado com o apoio da Prefeitura: “É um espaço público e a DS não tem fim lucrativo nenhum. É um trabalho que tem tido muito resultado e o projeto é buscar mais garotos e fazer com que cada vez mais cresça”.
Sonho trabalhado – Um dos garotos aprovados na peneira do Fluminense e que participa em outubro da segunda etapa da seleção do clube é o Vitor Santos, de 14 anos de idade. “A expectativa é muito grande, estou apostando, treinando duro pra conseguir alguma coisa lá. Aqui, treino bastante e está sendo maravilhoso”, fala o lateral direito. Vitor joga futebol desde os oito anos de idade e sonha viver do esporte: “Estou trabalhando bastante para conseguir”. Ele mora no bairro Patagônia e treinava, antes de vir pra o Edvaldo, no campo da Ester.
Já Samuel Guimarães, 16, disputou partidas do Campeonato Baiano Infantil pelo Leônico e, quando tinha 12 anos, passou na seleção do São Paulo, mas sua mãe não deixou ele ir ficar longe da família. No centro de treinamentos DS, o meio-campista está há menos de três meses. “Eu soube do projeto e fiquei muito interessado de treinar aqui. Está sendo ótimo, estou buscando o meu máximo possível pra quando chegar em algum teste, eu conseguir. Estou trabalhando pra chegar em algum clube e ficar”, comenta o garoto que também joga desde os oito anos.
Pais entusiastas – José Marcos Catuaba é pai de Mateuzinho, 11, que desde muito pequeno mostrou habilidade com a bola. Segundo o pai, as pessoas sempre o incentivavam a investir nesse potencial, mas ele não tinha condições financeiras para colocar o filho em uma escolinha. “Mateuzinho gosta de vir e a gente vai incentivando, trazendo e aproveitando que não tem custo nenhuma. Aqui é muito bom o projeto. Além do campo, tem outras atividades, como treinamento físico. Os professores fazem um trabalho ótimo”, conta.
Fabiano Barros, pai de Gabriel Gomes, 12, diz que o filho está no projeto há quatro meses. “Ele é dedicado, é o sonho dele. Faz escolinha desde 2008, mas como a gente viu que este projeto é um diferencial, específico mesmo pro futebol, viemos pra cá e estamos gostando. O pessoal é profissional, tem uma competência considerável e um jeito bom de lidar com os jovens e as crianças”, relata Barros.
