Reabertura de linha de crédito mais barata anima o mercado imobiliário baiano

O anúncio da reabertura do programa Pró-Cotista destinada a trabalhadores com conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela Caixa Econômica Federal trouxe expectativas positivas para o mercado imobiliário, embora o montante este ano seja de R$ 4 bilhões para emprestar aos cotistas, menos que os R$ 6,1 bilhões contratados na linha em 2017. A linha de crédito é a mais barata depois do Minha Casa Minha Vida, com taxas de juros que variam de 7,85% (clientes com débito em conta ou conta-salário) a 8,85% ao ano.

Entre os critérios definidos pelo Conselho Curador do FGTS, está o de que o saldo em conta vinculada dever ser de no mínimo 10% do valor da avaliação do imóvel ou 36 meses de trabalho sob o regime do FGTS (não necessariamente consecutivos). O interessado não pode ser proprietário de imóvel no município (ou região metropolitana) onde mora ou trabalha, nem ser detentores de financiamento no Sistema Financeiro de Habitação em qualquer parte do país, para imóvel novo ou usado.

O teto para o valor do imóvel a ser adquirido é de R$ 800 mil e o prazo para pagamento é de 30 anos. O aumento no teto de financiamento para imóveis usados vale para contratos pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), em que o valor das parcelas cai ao longo do tempo. Para unidades novas, não houve alteração e o percentual foi mantido em 80%.

A modalidade foi muito procurada nos últimos anos devido à falta de recursos de fontes com taxas equivalentes, como a caderneta de poupança. A participação da Pró-Cotista no total de financiamento imobiliário concedido pela Caixa saltou de 1% em 2014 para 13% até junho de 2017.

Juros menores

Presidentes das principais entidades ligadas ao setor imobiliário e de incorporação do estado, Carlos Henrique Passos, do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA) e Cláudio Cunha, da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA) vem de forma diferente a edição 2018 do Pró-Cotista.

Carlos Henrique Passos argumenta que o fato dos recursos oferecidos este ano serem bem menores que em 2017 (quando o Pró-Cotista foi suspenso em junho por falta de dinheiro) se deve ao fato de o FGTS não dispor de recursos abundantes em 2018, devido ao grande número de demissões ocorridas no ano passado, intensificadas em novembro último.

“Espero que a Caixa reduza a taxa de juros para o setor imobiliário abaixo de 10%, assim como fizeram outros bancos. O banco daria uma grande contribuição para o mercado se voltasse a destinar os recursos obtidos pela poupança, que deixaram de ter resultado negativo no ano passado com as sucessivas quedas da taxa Selic. Aliás a poupança tradicionalmente sempre foi a grande fonte de financiamento para o setor imobiliário neste país. O certo seria deixar os recursos do FGTS para financiar moradias populares”, avaliou o presidente da Sinduscon-BA.
Cláudio Cunha, da Ademi-BA, avalia o retorno do programa sob um prisma mais otimista, ao lembrar que apesar de a Caixa ter suspenso o Pró-Cotista em 2017, o Banco do Brasil manteve os investimentos no programa. Desta forma, a iniciativa da CEF adicionou opções para o mercado imobiliário.

O teto de R$ 800 mil para o valor do imóvel a ser adquirido e o prazo de 30 anos, juntamente com uma das faixas de juros mais baixas do mercado tornam o programa ainda mais atrativo, explica Cunha, lembrando que estas são as características de financiamento mais procuradas pelos compradores baianos.
Este ano, ele destacou os eventos onde este financiamento poderá ser utilizado, como o Salão Metro Quadrado, em março, e em outubro, o 12ª Salão Imobiliário.

 

Fonte: Blog da Resenha Geral

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