Grupo quer criar protocolos assistenciais para gestantes privadas de liberdade.

Durante a gestação, as mulheres precisam de cuidados a mais com a saúde. No entanto, para a parcela da população privada de liberdade, essa assistência acaba não acontecendo como deveria. De acordo com o técnico em enfermagem da unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) Mailton Duarte, a principal queixa está relacionada a violências sofridas durante o parto. O profissional é graduando em enfermagem pela Universidade Salvador (Unifacs) e membro convidado do grupo de extensão da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) Gestar e Parir nas Prisões. Recentemente, Duarte foi responsável pela apresentação de um resumo científico do projeto no X Encontro Baiano de Estudantes de Enfermagem (Ebeen). “Nosso interesse maior é pensar nessa assistência em saúde com foco mais humanizado e possibilitar aos profissionais que estão atuando naquele ambiente um entendimento maior do que é necessário para uma mulher privada de liberdade, seja em Salvador ou qualquer unidade da federação. A nossa preocupação maior, com esse trabalho, é fomentar políticas públicas que possam fornecer uma formação acadêmica em saúde para esses profissionais. A partir daí, criar protocolos assistenciais que possam, de fato, implementar uma assistência em saúde de qualidade e humanizada”, afirmou em entrevista ao Bahia Notícias. A primeira etapa de trabalho do grupo foi baseada em relatos de profissionais que trabalham com essa parcela da população. O técnico em enfermagem contou que o principal problema observado pelos pesquisadores é a falta de preparo para uma assistência humanizada no ambiente da prisão. “As próprias universidades não têm na grade curricular um processo que leve para essa linha de assistência. Isso já é um déficit no processo de formação profissional, não só da área de enfermagem. Isso envolve a área de saúde como um todo”, acrescentou.

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