Com um general na articulação, Bolsonaro quer impor nova ordem

Jair Bolsonaro já não vem dando bolas para políticos, ao menos do jeito que eles querem, desde a pré-campanha, quando escolheu o general Mourão como vice.

Também na campanha desprezou alianças e seguiu carreira solo. Agora, carimbou o seu desprezo pelas práticas tradicionais ao nomear o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-comandante das forças de paz brasileiras que agiram em nome da ONU no Haiti, para a Secretaria de Governo.

Ora, na era Temer tal posto foi ocupado por Geddel, depois Antônio Imbassahy e por último Carlos Marun, todos políticos a quem se creditava a suposta condição de detentor de facilidades para dialogar com o Congresso, estados e municípios.

Nova aposta

Um general nessa função simplesmente quebra todas as regras do padrão. Será que ele vai dar ordem unida na Câmara e no Senado?

Embora 223 dos 513 deputados federais agora eleitos sejam novos e das 54 cadeiras em disputa no Senado 44 também sejam de novos, alguns veteranos dizem que a relação do novo presidente com o Congresso, viciado que é no clássico toma lá, dá cá, pode se complicar.

O PSL dele elegeu 52, bancada menor apenas que a do PT (56). E a bancada da bala triplicou, foi para quase 100. É pouco. E a missão do general é forjar a maioria, algo bem diferente do que comandar tropas. Políticos estão pagando para ver.

UPB e Alba, sem mistura

Está tudo indicando que o PP de João Leão resolveu não misturar alhos com bugalhos. Explicando: o partido quer emplacar Nelson Leal na presidência da Assembleia, numa peleja que tem como um dos pretendentes Adolfo Menezes (PSD), aliado do senador Otto Alencar, não criou caso com a pretensão de Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa e presidente da UPB, também aliado de Otto, de disputar a reeleição.

Eures transita sem grilos.

Para Otto, vale a tese de Rui

Aliás, na questão da Assembleia, Otto Alencar acha que a melhor ideia é a apresentada por Rui Costa quando voltou da viagem:

– Faz-se uma votação dentro da base, e quem tiver mais voto leva.

Hoje, estão colocados como presidenciáveis na Alba, além de Nelson Leal e Adolfo Menezes, Alex Lima (PSB) e Rosenberg Pinto (PT).

A ideia é evitar o racha que pode dar a oposição, com 18 votos, peso decisivo.

A reforma sai quarta-feira

Rui Costa vai ter uma reunião com a alta cúpula do governo quarta, quando vai bater o martelo no projeto a ser encaminhado para a Assembleia propondo a extinção de empresas estatais ligadas à máquina estadual.

Ainda não há uma decisão cabal, mas a inquietação entre funcionários das empresas é grande. A ideia do governo é aprovar a reforma ainda este ano. O que quer dizer que muita gente vai ter um péssimo início de ano.

Em Ilhéus, ato de justiça pode virar perversidade

Uma decisão do juiz Alex Venicius, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus, está obrigando que a prefeitura demita cerca de 400 servidores contratados entre 5 de outubro de 1983 e 5 de outubro de 1988, a partir de uma ação movida por uma das aprovadas num concurso de 2015 que nunca chamou ninguém.

O argumento é que em outubro de 1988 o Brasil promulgou a nova Constituição proibindo a contratação de funcionários sem concurso público. O então prefeito Jabes Ribeiro não demitiu ninguém.

Hoje, 30 anos depois, Jabes diz que as demissões seriam uma maldade:

– São pessoas idosas, já perto de se aposentar, que sairiam sem direito a nada.

 

Fonte: A Tarde

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