Ex-servidora de Bolsonaro é citada em relatório sobre movimentações suspeitas

Uma ex-funcionária de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados é citada no relatório que identificou operações bancárias suspeitas realizadas por um ex-motorista de Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito e deputado estadual do Rio de Janeiro.

O relatório, feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), identificou que o ex-motorista de Flávio, Fabrício José Carlos de Queiroz, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o que foi considerado suspeito pelo órgão. Os registros analisados mostram que Michele Bolsonaro, mulher do presidente eleito, recebeu R$ 24 mil.

O mesmo documento cita Nathalia Melo de Queiroz, de 29 anos. Filha de Fabrício, ela também foi funcionária de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2016. Menos de uma semana depois de ser exonerada, em dezembro de 2016, foi nomeada para o cargo de secretária parlamentar de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

O documento não deixa claro os valores individuais transferidos entre Nathalia e Fabrício, mas junto ao nome dela está o valor total de R$ 84 mil.

Nathalia deixou o cargo no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados em 15 de outubro, mesmo dia em que o pai dela saiu do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Nathalia e Flávio não são alvo de inquérito do Ministério Público Federal. Numa rede social, Flávio Bolsonaro afirmou que Fabrício Queiroz trabahlou com ele por mais de dez anos e sempre foi de confiança, que nunca soube de nada que desabonasse sua conduta, e que em outubro ele foi exonerado para tratar da sua passagem para a inatividade.

Flávio disse ainda ter certeza que Fabrício dará todos os esclarecimentos.

Além de Nathalia, a mulher de Fabrício, Márcia Oliveira de Aguiar, e outra filha dele, Evelyn Melo de Queiroz, trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, como revelou o jornalista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”.

Márcia aparece na folha de pagamento da Alerj de agosto de 2017 como consultora parlamentar e salário de R$ 9,2 mil. Evelyn foi nomeada em dezembro de 2016 como assessora parlamentar de Flávio Bolsonaro, na vaga da irmã Nathália. Na última folha de pagamento da assembleia, ela aparece com um salário de R$ 7,5 mil.

O Ministério Público Federal, responsável pela operação Furna da Onça, confirmou em nota que incluiu o relatório do Coaf nas investigações, mas esclareceu que nem todos os nomes citados no documento foram incluídos nas apurações, sobretudo porque nem todas as movimentações atípicas são, necessariamente, ilícitas.

No caso de deputados da Alerj que não foram alvos das operações, o MPF não confirmou ou negou se eventualmente estão investigados ou podem vir a ser.

Evelyn também não é alvo de nenhuma investigação por parte do Ministério Público Federal.

Fonte: G1

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