Bahia é destaque Nordestino em ranking empresarial

A Bahia é a sexta maior economia do País, gerando cerca de 4% do PIB brasileiro, segundo o IBGE.

Mas, de acordo com a  revista Valor 1000, do jornal Valor Econômico, lançada no mês passado, a Bahia possuía apenas 20 empresas no ranking das mil maiores empresas brasileiras, em termos de faturamento, representando 2% do total.

O número está subestimado, pois o ranking, com dados referentes a 2018, não contabiliza empresas que possuem unidades no estado, mas cuja matriz está em outras unidades da federação, como, por exemplo, a Petrobras, a Ford, a Basf, a Wilson Sons e muitas outras companhias.

O ranking demonstra, porém, que a Bahia é o estado da região Nordeste com maior número de empresas listadas entre as mil maiores companhias, sendo seguido pelo Ceará, embora os dois estados nordestinos tenham perfis produtivos muito diferentes.

Entre as 20 maiores empresas baianas, nove companhias são da área de petróleo, petroquímica, gás e energia, três da área de celulose, três da área de mineração e uma do setor de borracha – sendo todas produtoras de insumos e matérias-primas.

E apenas quatro empresas presentes no estado são de setores mais absorvedores de mão de obra. Ou seja, a economia baiana está concentrada excessivamente na produção de insumos e matérias-primas e tem como mercado o exterior ou outros estados.

Bem diferente da economia cearense, que possui 17 empresas no ranking, sendo sete na área de alimentos, quatro na área têxtil, uma no ramo eletrônico e de varejo e as demais na área de insumos e suprimentos.

As cinco maiores empresas privadas da Bahia são: Braskem, que é 7ª maior do País; Suzano; Paranapanema; Larco e  Petrobahia, todas produtoras de insumos ou combustíveis. Já as cinco maiores empresas do Ceará são a rede de farmácias Pague Menos, o Moinho Dias Branco,  a empresa Três Corações, a Solar Coca-Cola, na área de alimentos, e a Grandene, no setor têxtil.

O faturamento das empresas baianas é mais que o dobro das empresas cearenses, mas estas geram mais impacto no mercado interno e na geração de mão de obra. Em resumo: a Bahia é uma economia mais moderna e mais integrada nacionalmente, mas precisa verticalizar a produção, atraindo empresas produtoras de bens finais e, ao mesmo tempo, se jogar de cabeça no mundo da inovação e da tecnologia.

As maiores no setor de serviços​

Quatro empresas baianas de comércio e serviços estão entre as maiores do País: Atakarejo e Le Biscuit (varejo); Santa Casa de Misericórdia (saúde); e o grupo TPC (transporte).

O desempenho dessas empresas impressiona, afinal quem vive a nostalgia do antigo supermercado Paes Mendonça precisa saber que a Atakarejo teve em 2018 um faturamento anual de 1,3 bilhão e está posicionada entre as 30 maiores redes de supermercados do País.

A Le Biscuit registra um faturamento de R$ 700 milhões, vindo, a seguir, a Santa Casa de Misericórdia e o grupo TPC de logística, com receitas de R$ 600 milhões e R$ 450 milhões, respectivamente.

Construção civil baiana em alta

A Bahia criou 32,6 mil  empregos com carteira assinada de janeiro e agosto deste ano, quatro vezes mais que o mesmo período em 2018. Lidera o ranking a construção civil (40%).

O setor criou 12,8 mil novos postos, dez vezes mais que em 2018 e  melhor desempenho desde 2010, quando houve recorde de lançamentos.

A nova linha de financiamento  reajustada pelo IPCA, a redução de juros, o baixo estoque de unidades e a queda na rentabilidade das aplicações de curto prazo, com alta da demanda por investimento em imóveis, estimulam e permitem dizer que 2019 será o melhor ano para o setor  da construção civil desde 2010.

 

Fonte: A Tarde

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