Mortalidade por câncer de mama está abaixo da média mundial, mas país enfrenta desafios na prevenção

Na cerimônia de celebração do Outubro Rosa, a área técnica do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apresenta uma análise da situação do câncer de mama no Brasil, que mostra que a mortalidade da doença no país é baixa, em relação a outros países, mas precisamos avançar na prevenção e diminuição das desigualdades regionais e socioeconômicas.

O Brasil figura, em 2018, na segunda faixa mais alta de incidência de câncer de mama entre os todos os países com uma taxa de 62,9 casos por 100 mil mulheres (taxa padrão utilizada mundialmente). Os países são agrupados em cinco faixas. Quanto à taxa de mortalidade de câncer de mama, o Brasil está situado na segunda faixa mais baixa com uma taxa de 13 por 100 mil, ao lado de países desenvolvidos como EUA, Canadá e Austrália, e melhor de que alguns deles, como a França e o Reino Unido.

Segundo o INCA, são estimados 59.700 casos novos de câncer de mama em 2019.

Por nível de instrução, o índice médio de mulheres brasileiras com nível superior nesse faixa etária que realizou uma mamografia foi de 80%, mas de 50% entre as mulheres sem instrução e fundamental incompleto.

“O fato de a taxa de incidência ser relativamente alta e a de mortalidade ser relativamente baixa mostra que o nosso sistema de saúde, apesar de todos os problemas, está salvando muitas vidas. Mas temos imensos desafios pela frente,” afirma Liz Almeida, chefe da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA.

Um dos desafios é a redução das desigualdades entre as regiões e classes sociais. A mortalidade por câncer de mama está ligada principalmente ao acesso a diagnóstico e tratamento adequado no tempo oportuno. O objetivo é diagnosticar o câncer o mais precocemente possível, ainda nos estágios iniciais da doença, quando o tratamento é mais efetivo. Ano a ano, o Brasil vem conseguindo aumentar o percentual de casos diagnosticados nos estágios in situ e I de 17,3% em 2000 para 27,6% em 2015. Mas essa proporção continua muita baixa na região Norte (12,7%), em contraste com as regiões Sul (29,2%) e Sudeste (30,8%).

A desigualdade regional e social também se evidencia no acesso ao exame de mamografia de rastreamento, que deve ser realizado a cada dois anos por todas as mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos. O percentual de mulheres brasileiras nessa faixa que fizeram o exame em 2013, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde, foi de 60%, mas de apenas 38,7% na região Norte e 47,9% no Nordeste, bem abaixo das regiões Sul (64,5%) e Sudeste (67,9%).

 

Fonte: INCA

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