Cemerf concede próteses mamárias para mulheres que fizeram mastectomia no tratamento do câncer de mama

“Eu nunca vi o uso da prótese da mama como um problema, mas sim, como uma solução”. É dessa forma que Edvanda Sousa (54), servidora municipal, descreve o que a sua prótese mamária, concedida pelo Centro Municipal Especializado em Reabilitação Física e Auditiva (Cemerf), representa após uma luta já vencida contra o câncer de mama. Ela descobriu a existência de um nódulo em uma das mamas durante um exame preventivo de rotina, feito no posto de saúde, em 2011.

Ela conta que, a partir daí, iniciou a sua jornada de um ano e meio de tratamento contra o câncer. Foram várias sessões de quimioterapia, cirurgia de mastectomia para remoção total da mama e mais 28 sessões de radioterapia. Mesmo após a cura do câncer, Edvanda optou por não fazer a cirurgia de reconstrução da mama. “Eu acho que se eu estou bem, eu não vou procurar mais doença. Eu tive medo de fazer outra cirurgia para colocar [o silicone] e meu corpo rejeitar”, afirma ela.

Foi assim que, pouco tempo depois, ela descobriu que a solução viria com o uso da prótese mamária concedida pelo Cemerf. O serviço disponibiliza a concessão de próteses para mulheres que já passaram por um processo de mastectomia, devido ao tratamento do câncer de mama. “Elas colocam o nome no serviço social para lista de espera e quando temos as medidas, a gente chama. Tentamos padronizar e deixar o mais parecido possível e elas escolhem o tamanho que mais se adequa”, explica Marineuma Moreira, psicóloga do Cemerf.

A intenção do uso da prótese mamária é de que as pacientes possam usar até que façam a cirurgia de reconstrução da mama. Ainda de acordo com a psicóloga, muitas acabam optando não passar por esse processo por ser algo doloroso, com muitas etapas que requer um procedimento cirúrgico que não estão mais dispostas a fazer. “A mama tem um fator muito importante para mulher, tem um significado. Não é só a questão da estética, mas o significado da maternidade, da amamentação, então é algo que mexe muito com as mulheres”, salienta.

A validade da prótese é de até dois anos e a paciente pode fazer a troca caso não esteja mais em condições de uso. A psicóloga afirma que, das mulheres que são recebidas na rotina de atendimento, poucas assumem a ausência da mama e acabam criando seu próprio enchimento, como fez Jucimara Vilarim, que descobriu um tumor no seio direito durante o terceiro mês de gestação. “Depois da prótese eu me sinto mais confortável, porque antes eu usava um enchimento improvisado no lugar do seio”, relembra Jucimara, que agradeceu o atendimento prestado pelo serviço.

A equipe responsável pela concessão de próteses mamárias é composta por profissionais mulheres para que tudo seja feito de forma menos invasiva e confortável para as pacientes. Do início de 2018 até outubro de 2019, foram concedidas 84 próteses mamárias para as pacientes de Vitória da Conquista e municípios pactuados.

 

Fonte: PMVC

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