Pela primeira vez na América, Brasil vai utilizar o VAR fora do estádio.

A final da Supercopa do Brasil entre Athletico-PR e Flamengo, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no dia 16 deste mês, vai ter uma novidade no VAR. Pela primeira vez na América, o árbitro de vídeo não vai ficar em uma cabine dentro do estádio, como acontece em todos os jogos do Campeonato Brasileiro, por exemplo. A equipe escalada para a partida vai trabalhar em uma sala dentro da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. Esse será o início de um novo modelo que deve seguir no Brasileirão.
O chefe de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, explicou – durante passagem por João Pessoa, nessa quinta-feira – que o árbitro de vídeo dessa forma traz mais maturidade à principal competição do país. Segundo ele, o presidente da entidade máxima do futebol brasileiro, Rogério Cabloco, “quer ter uma confiabilidade de 100%” para implantar de vez o árbitro de vídeo centralizado.

– Nós estamos fazendo alguns testes com fibra de vídeo. Nós vamos fazer a transmissão do jogo, em Brasília, com os árbitros de vídeo no Rio de Janeiro, dentro da sede da CBF. Através de fibra ótica, vamos fazer isso. Com essa VOR (sala de operação de vídeos) centralizada, isso tecnicamente nos daria um ganho muito grande. A nossa intenção é realmente evoluir para esse lado. Algumas checagens vão ser colocadas no ar e mais alguns ajustes que a gente está fazendo para tentar maximizar a ferramenta – comentou.

O árbitro de vídeo centralizado já é algo que vem sendo feito em Copas do Mundo, como a da Rússia, no ano passado. Para Gaciba, a intenção é ter um ganho técnico com as cabines dentro de uma central na CBF.

– Os árbitros vão estar olhando as imagens e ajudando os colegas dentro do campo de jogo. Fica mais fácil por uma questão de passar orientações… eles poderem experimentar mais. O cara pode estar escalado no jogo das cinco da tarde e chegar mais cedo na sede da CBF, ocupar uma cabine do lado e ficar acompanhando um jogo às onze da manhã, para que consiga ativar o cérebro, por uma questão que vai conseguir treinar mais, por exemplo, e isso vai dar uma praticidade maior, e a tendência é uma evolução boa. O torcedor vai poder ir lá também, essa é a nossa intenção. Vidro para todo mundo olhar, transparência total – disse.

Durante palestra na finalização do curso preparatório dos árbitros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), na capital paraibana, Leonardo Gaciba também fez uma avaliação do VAR no Brasil.

– Contra dados não há argumentos. A grande verdade é que foi feito um levantamento pela Escola de Arbitragem, e no Campeonato Brasileiro de 2018 tivemos 188 erros dentro da situação que consideramos protocolares do árbitro de vídeo: cartão vermelho direto, gols em impedimentos ou não, faltas durante os gols, pênaltis bem ou mal marcados e erros de identificação. Foram 188 em 360 jogos, que o árbitro brasileiro erraria de uma forma protocolar capital de um a cada dois jogos. Em 2019, com ajuda do árbitro de vídeo, esse número caiu para 36 erros. Significa uma melhora de mais de 80% da performance final da arbitragem. A grande verdade é que o árbitro de vídeo ainda é polêmico mais pela curiosidade das pessoas de entender o processo e, acima de tudo, quem não tem está louco para ter.

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