Por Marcola, PCC determina que integrantes façam “greve branda” em SP

Agentes penitenciários afirmaram à reportagem, sob a condição de anonimato, que, ao se recusarem a sair da prisão, os detentos disseram estar reivindicando a saída de membros da facção de Brasília e melhoria na comida servida a eles.

No presídio federal de Brasília está Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado por investigações estaduais e federais como o principal chefe do PCC. Os principais integrantes da cúpula da facção também estão lá.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente, apesar de a informação proceder, a questão está fixa no sistema prisional, sem grandes riscos de ter ações nas ruas do estado.

Advogados de integrantes do PCC presos na capital federal afirmaram à reportagem que há muita reclamação sobre a comida servida no presídio. Entre as queixas, a de qualidade e de quantidade.

Todos os integrantes da facção transferidos para lá no ano passado perderam quilos, segundo suas defesas. Marcola e seu irmão, Alejandro Camacho, por exemplo, teriam perdido entre 15 e 20 quilos.

Entre as penitenciárias que registraram recusa de presos hoje para irem a audiências estão as de Suzano, Guarulhos, Santo André, Praia Grande e Franco da Rocha.

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) apura as informações com diretores dos presídios. A reportagem apurou que, até o fim da manhã, o diretor da unidade de Suzano confirmou a “greve branda”.

O cardápio de Marcola
Procurado, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), ligado ao Ministério da Justiça, informou que “os presos custodiados no sistema penitenciário federal têm a assistência material que, dentre outros, prevê o fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas”.

O Depen informou que há horas determinadas para “uma alimentação de boa qualidade, bem preparada, com valor nutritivo adequado à saúde e à robustez física”. São oferecidas alimentações às 6h15, às 11h15 e às 17h15.

No início do dia, o cardápio oferecido inclui leite, pão, café, queijo e fruta da época. No fim da manhã, arroz (ou macarrão), feijão, farinha, proteína, legumes, salada fruta da época (ou sobremesa doce) e suco. No fim da tarde, além da mesma alimentação oferecida para o almoço, também há pão e margarina. Na Páscoa, Dia dos Pais e Natal também é oferecido refrigerante.

“As penitenciárias federais celebram contratos com empresas especializadas na preparação e fornecimento de refeições, elaborados com base em Parecer Nutricional contratado pelo DEPEN considerando as necessidades calóricas diárias para um homem médio de 2000 a 2500 kcal /dia”, afirmou, em nota, o Depen.

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou não ter como precisar a quantidade e/ou motivos de faltas em audiências de presos.

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