Com o coronavírus, é melhor prevenir do que remediar (literalmente)

 

Não há consenso sobre o momento ideal para adoção de medidas restritivas para tentar conter a expansão do novo coronavírus. Porém o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o governador Rui Costa já anunciaram algumas medidas que devem ter impacto na disseminação da pandemia. O momento agora é de expectativa. Com uma menor circulação de pessoas nas ruas, é possível que o vírus não se alastre com a mesma velocidade. Mas haverá consequências políticas para as decisões?

Até aqui, a repercussão dos atos do governador e do prefeito foi positiva. Nas redes sociais, as medidas foram celebradas por internautas. Por mais que haja uma investida alta em transformar os riscos da Covid-19 em uma “fantasia”, os dados da expansão da doença apontam que, quanto mais cedo são adotadas restrições, menor o risco de uma crise grande demais. Ou seja, mesmo que Rui e Neto tenham se antecipado, os atos não necessariamente são equivocados.

O mesmo tom aparece nas manifestações de ministros como Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e Paulo Guedes, da Economia. Enquanto Mandetta é uma das figuras mais sensatas do governo federal com relação à crise do coronavírus, Guedes anunciou um pacote de medidas para reduzir impactos da pandemia. Ou seja, percebe-se que há esforço de diversos entes federativos para coibir que o vírus se espalhe ainda mais. Mesmo que esse comportamento não apareça no presidente da República, Jair Bolsonaro, que segue fazendo pouco caso.

Os dividendos políticos, no entanto, devem chegar. O presidente deve seguir uma posição de isolamento conversando basicamente com seus fiéis seguidores. E os demais gestores públicos tendem a angariar a empatia da população pelas tentativas de evitar que a Covid-19 se espraie com a mesma velocidade que atingiu países como a Itália e a Espanha. Rui e Neto então foram bem nesse quesito e o tempo tende a ser favorável para o governador e o prefeito.

Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Por isso, todo o cuidado adotado por políticos como os baianos é muito bem-vindo para toda a população. Até mesmo os de Mandetta e Guedes. Pena que esse comportamento não é unânime. Se não existe consenso sobre o instante ideal para restrições, pelo menos deveria haver para o combate ao coronavírus. Nesse caso, a expressão “é melhor prevenir do que remediar” nunca fez tanto sentido.

Advertisement