Com detentos em presídios da região, famílias pedem a inauguração imediata da unidade prisional em Brumado

Familiares reclamam da transferência de detentos da cadeia de Brumado para presídios da região. A decisão da Justiça de Brumado ocorreu nos últimos meses e desde então a comunicação com os parentes presos tem sido difícil, segundo eles. Procurada por um grupo de mães, esposas e parentes, elas relataram ao 97NEWS que muitos estão no presídio de Vitória da Conquista, a 130 km de Brumado, o que dificulta a locomoção dos familiares até a cidade. “A gente já não aguenta mais pagar passagem, temos que levar alimentação para os nossos filhos, roupas, tem que levar de tudo. Eu não tenho condições de viajar todos os meses, ainda mais agora nessa crise da doença”, disse Maria da Glória, mãe de um dos detentos transferidos para o município vizinho. Durante a quarentena como medida para conter a proliferação do coronavírus entre agentes de segurança penitenciários, presos, visitantes e a população em geral, as visitas foram limitadas, o que de acordo com as famílias, deixa a situação ainda mais grave. “A cada 15 dias temos que mandar um parente lá [presídio], e não temos dinheiro todo mês suficiente para tá gastando. Eu por exemplo vendo [geladinho], se eu não vender, eu não tenho dinheiro para comprar as coisas. E se ele estivesse no presídio daqui, seria mais fácil”, cobra a mãe. Elas ainda questionam ao governador Rui Costa: o porque na demora em abrir a unidade prisional de Brumado?. “A gente quer saber porque não abre esse presídio de Brumado. Rui Costa, pelo amor de Deus, abre esse presídio logo porque nossos filhos estão correndo risco de até contrair o coronavírus lá. Eles estão isolados e os outros presos estão ameaçando eles”, questiona Cidália, outra mãe de detento. Conforme as famílias, com a abertura do presídio local, o custo será menor, principalmente em tempo de pandemia. “Sabemos que eles erraram e estão pagando pelo erro, mas também não podemos aceitar as condições em que eles estão sendo tratados em Vitória da Conquista. Até o advogado está impedido de falar com o meu filho”, afirma a balconista. A Edileuza dos Santos Costa, de 51 anos, conta que o seu filho está há quase um ano na prisão, mas que devido à problemas de saúde e a distância, visita o filho com menos frequência. “Com o meu problema de saúde eu vou menos lá, mas minha nora é a que mais frequenta o presídio, mas mesmo assim, o gasto é grande. Sem contar com o sofrimento, em sair daqui as 2h da madrugada, chegar lá as 05h da manhã e pegar outro transporte até o presídio. É muito sofrido, doloroso para as famílias. Sabemos que eles erraram, mas são os nossos filhos e maridos, e temos que estar do lado deles dando um conselho e conforto, nem que seja por algumas horas. Mas é o meio que nos conforta como mãe”, esclarece Edileuza.

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