Após governo falar em retorno das atividades do ensino superior na Bahia, sindicato dos professores diz ser contra: ‘Não vamos aceitar’

O governo da Bahia anunciou, nesta quarta-feira (28), que vai publicar até hoje(30), um decreto autorizando a retomada das aulas no ensino superior a partir do dia 3 novembro. Apesar da medida, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB-BA) diz ser contra.

A informação de que o retorno das atividades do ensino superior está mais próximo foi dada pelo governador da Bahia, Rui Costa, durante o programa Papo Correria, transmitido nas redes sociais, na noite de terça-feira (27).

“Seguindo as etapas, nós estamos facultando, possibilitando, o início das atividades presenciais do ensino superior . Quando a educação básica, nós não temos ainda uma data. Nós temos um decreto do governador que indica as escolas fechadas sem atividades escolares até o dia 15 de novembro. Ao longo desse processo, nós avaliaremos as condições reais sobre a educação básica no estado da Bahia”, contou o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues.

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste, em boletim, disse que no contexto do Nordeste outros fatores precisam ser levados em consideração, além da situação epidemiológica. Afirmou ainda que a quarentena acentuou as já conhecidas desigualdades na educação. Por isso, orientou que os estados seguissem um planejamento rigoroso para a volta progressiva e escalonada às aulas, seguindo normas rígidas de prevenção.

A APLB também é contra o retorno das aulas este ano. Para a entidade, a situação põe em risco a vida de professores e alunos.

“Nós não vamos aceitar. A orientação nossa é resistir. A nossa posição é ter uma estratégia de ensino remoto, principalmente para o pessoal do terceiro ano que vai fazer o Enem, e preparar para próximo ano, quando vamos ter o ensino hibrido, que é remoto e presencial. E juntar dois anos em um”, contou Rui Oliveira, presidente do sindicato.

Na terça, o governador explicou que cada instituição decidirá se retomará ou não as atividades, “mas não podemos colocar a condicionante de que as aulas só voltam quando tiver vacina por que se não 2021 também ficará sem aula”.

Em Feira de Santana, por exemplo, ainda é incerta a retomada das atividades na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Mas algumas universidades particulares já pensam em retomar as atividades.

O decreto que será divulgado na sexta não prevê data para a retomada presencial das escolas. Enquanto uma data não é definida, a decisão divide as pessoas. De acordo com o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe), já foi elaborado um protocolo sanitário, e que as unidades estão preparadas para retomar as atividades.

“As escolas particulares, de modo geral, estão muito convencidas e trabalhando na direção do retorno. Sejam as afiliadas, ou não afiliadas, que se organizaram livremente também, contrataram assessorias para deixar as instalações aptas a receber esses alunos de volta”, disse Jorge Coelho, diretor do sindicato.

Já para Mariana de Jesus, que está no terceiro ano do ensino médio em uma escola estadual de Mutuípe, a escola não está preparada para receber os alunos.

‘O colégio em si é um colégio pequeno. É pouco arejado, a gente não tem áreas maiores para manter a à distância entre os estudantes. A gente não tem estrutura nenhuma”, falou.

Desde que o primeiro caso da Covid-19 foi registrado na Bahia, na cidade de Feira de Santana, no dia 6 de março, várias medidas foram tomadas pelo governo para tentar frear a contaminação pelo vírus. Uma delas foi a suspensão das aulas.

Recentemente, o governo renovou o decretou que suspende as atividades nas instituições de ensino, e alterou de 100 para 200 o número permitido de pessoas em eventos.

Mesmo com a suspensão, Brumado, que fica no sudoeste do estado, foi a primeira cidade a anunciar a retomada das aulas presenciais. As atividades voltaram, mas, no mesmo dia, a Justiça determinou a suspensão das atividades e fechamentos de escolas.

(G1/BA)

O retorno vai acontecer de forma escalonada: começando pelas universidades, depois Ensino Médio, Fundamental e, por último, o Ensino Infantil. Em todos os casos, serão exigidas ações como metade da lotação das salas, álcool em gel no corredores, e pias extras para lavagem das mãos.

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