Com ledores voluntários, biblioteca municipal tem projeto de acesso de deficientes visuais ao seu acervo

Livro em Braille no acervo da Biblioteca

A Biblioteca Municipal José de Sá Nunes está desenvolvendo, em parceria com a Associação Conquistense de Integração do Deficiente (Acide), um projeto que possibilitará a pessoas cegas ou com baixa visão acesso ao seu acervo. Pelo projeto ledores voluntários lerão as obras para os cegos. Está marcada para o dia 4 de novembro, uma ação especial de inclusão para os deficientes visual na biblioteca municipal, que já conta com uma seção com livros em Braille, composta de livros de literatura, também infantil e até um dicionário inglês-português/português-inglês.

Citando o lema da atual gestão Governo para Pessoas, a gerente Jeane Marie Soares Rocha explicou que o projeto foi pensado para incluir os deficientes visuais. Segundo ela, “para os livros que não estão em braille, um ledor voluntário vai ler para a pessoa cega poemas, literatura brasileira e infantil. Depois conversam sobre a leitura. Um projeto de empatia, afeto e amor. É o que precisamos para mudar o mundo”. A proposta abrange pessoas cegas ou de baixa visão.

Para atuarem como ledores voluntários são convidados adolescentes, jovens e as pessoas de terceira idade. O ledor voluntário e o ouvinte que desejam participar do projeto devem fazer cadastro na biblioteca. Considerando que o deslocamento das pessoas com deficiência visual possa apresentar alguma dificuldade, um terceiro pode fazer o cadastro, permitindo assim que a pessoa com a deficiência vá até o espaço público somente no dia da leitura.


Jeane Marie e Sueli (de costas) fazendo uma demonstração do projeto de ledores para deficientes visuais

Para a responsável pelo treinamento dos futuros ledores, a coordenadora pedagógica da biblioteca e especialista em educação inclusiva, Sueli Gonçalves, em primeiro lugar é necessário ter vontade de querer fazer pelo outro. Ela explica que o treinamento consiste em uma roda de conversa, mostrando que a leitura deve ter fluência, não ser muito rápida, respeitando corretamente a pontuação e expressando emoção. O posicionamento do ledor também é importante. “Mesmo que a pessoa cega não enxerga, você tem que estar direcionando seu olhar para o olho dele, porque ela percebe que você está com a voz voltada para ela e não lendo para o outro lado”. Sueli alerta que há momentos durante a leitura que a pessoa com deficiência visual vai pedir para repetir, a fim de ter melhor compreensão.

Sueli afirma que ganha a pessoa que está lendo, porque aprende a parar em função do outro e ganha a pessoa com deficiência visual, porque alguém parou para falar e dar conhecimento a ele. “Neste processo são várias aprendizagens”, destacou. A coordenadora também destaca que a biblioteca municipal é um espaço para ser utilizados por todas as pessoas. “Nestes projetos que trazemos, estamos tendo este cuidado, pensando em todos os segmentos da sociedade, e vemos fluir respostas positivas de cada projeto”, finalizou.


Sueli ao lado do acervo em Braille

Funcionamento: a biblioteca já está funcionando normalmente, aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8h até as 17h30, observando todos os protocolos vigente estabelecidos na área de vigilância sanitária. Nos últimos três meses, 789 pessoas passaram no espaço público. Quem deseja fazer a carteirinha para retirada de livros, é necessário comparecer ao espaço munido de uma foto 3×4, RG, CPF e comprovante de residência. O documento é gratuito.

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