Saiba mais sobre a trajetória de André Mendonça, novo ministro da Justiça

Nomeado nesta terça-feira (28) para assumir a vaga deixada por Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça tem 47 anos de idade e é ex-advogado-geral da União, órgão no qual prestou serviço por 20 anos. Pastor evangélico, Mendonça foi indicado pelo próprio Bolsonaro à chefia do órgão, sendo cotado também para preencher a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) do ministro “terrivelmente evangélico” prometido pelo presidente.

Evangélico, mas de uma igreja nova e “mais progressista” que outras vertentes, o agora ministro da Justiça foi apontado como “técnico idealista” por entrevistados ouvidos pelo Estado quando assumiu o comando da AGU, em julho de 2019. Diferentemente de igrejas pentecostais e neopentecostais de mais expressão, a Esperança não aborda temas eleitorais e político-partidários em cultos. No ano passado, a igreja usou as redes sociais para pregar tolerância entre os dois lados de uma campanha considerada pelos pastores como “conflituosa e violenta”.

Em 2018 o novo ministro não fez campanha aberta por Bolsonaro no ano passado. Em vez disso, um perfil dele nas redes sociais revela entusiasmo com a eleição de Marina Silva, então candidata a presidente pela Rede Sustentabilidade. Em 2002, o atual AGU havia publicado um artigo simpático à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no jornal Folha de Londrina, quando era procurador da União na cidade.

Nascido em Santos (SP) e torcedor do time alvinegro do litoral paulista, foi criado numa família religiosa e viveu em diferentes cidades do Estado, inclusive Miracatu, reduto da família presidencial. O pai era funcionário do Banespa. Aos 46 anos, é casado e tem um casal de filhos.

Antes de ingressar na AGU, via concurso, foi advogado da Petrobrás Distribuidora entre 1997 e 2000. Em instituições privadas, cursou Direito em Bauru (SP) e Teologia, em Londrina (PR). Fez pós-graduação em Direito Público na Universidade de Brasília (UnB), mestrado e doutorado na Universidade de Salamanca, na Espanha.

Na AGU, foi corregedor-geral, adjunto do Procurador-geral da União e diretor do Departamento de Patrimônio e Probidade, por convite do ministro Dias Toffoli, atual presidente do Supremo. Indicado pelo ex-presidente Lula, Toffoli é um dos ex-AGUs atualmente no Supremo e é apontado como um interlocutor favorável a Mendonça na Corte. O outro é Gilmar Mendes, indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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