Enquanto o Brasil enfrenta escândalos bilionários, como o rombo no INSS, o Senado parece preferir os holofotes das redes sociais. A mais nova distração é a CPI das Bets, que mira influenciadores digitais envolvidos com plataformas de apostas online.
A comissão, criada no fim de 2024, já convocou nomes como Virginia Fonseca, Rico Melquiades, Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Jojo Toddynho, Gkay, Tirulipa, entre outros. O objetivo declarado é investigar se há crimes financeiros, publicidade irregular e impactos no orçamento familiar. Mas, na prática, a CPI virou palco de exposição midiática e discursos prontos — e pouca efetividade real.
São 130 dias de trabalho e R$ 110 mil em orçamento para ouvir celebridades. Enquanto isso, o escândalo no INSS, que envolveu fraudes com aposentadorias, pensões e auxílios, vai ficando em segundo plano. Um rombo que afeta diretamente o trabalhador brasileiro, especialmente o mais pobre, que depende desses benefícios para sobreviver.
A sensação é de que a CPI das Bets virou um grande circo: muita movimentação, manchetes garantidas, e no fim, nenhuma consequência concreta. Não se fala em responsabilizar os verdadeiros operadores do sistema de apostas nem as empresas que lucram bilhões. O foco está, convenientemente, nos famosos — e longe dos engravatados.
O brasileiro merece respostas sobre o dinheiro público que desaparece todo mês. Mas, ao que tudo indica, essa CPI servirá apenas para entreter a plateia enquanto o roubo continua nos bastidores.