Enquanto empresas lutam para preencher vagas de emprego e outras tantas fecham as portas por falta de mão de obra, o governo federal parece seguir em outra direção: empurrando o Brasil, aos poucos, para uma realidade que lembra os modelos socialistas da América Latina. A pergunta que ecoa nos bastidores do setor produtivo é direta: quem vai sustentar essa conta?
Nesta terça-feira (2), durante o tradicional desfile do 2 de Julho em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reforçar seu discurso de “justiça social”, com tom cada vez mais incisivo sobre a necessidade de taxar os mais ricos. Lula caminhou com um cartaz estampando “taxação dos super-ricos” e, diante da imprensa, disparou:
> “Nós não estamos propondo aumento de imposto, não. Estamos fazendo um ajuste tributário neste país para que os mais ricos paguem um pouco, para que a gente não precise cortar dinheiro da Educação, da Saúde.”
O discurso, na prática, sugere uma espécie de reposicionamento da balança econômica: tirar de quem produz mais para manter a máquina pública e os programas sociais funcionando. O problema é que, fora dos palanques, a realidade é outra. Faltam trabalhadores. Sobra desinteresse por vagas formais. E o setor empresarial vê um risco crescente no horizonte.
A conta vai chegar. Mas pra quem?
A fala de Lula reforça uma lógica perigosa: colocar o pobre contra o rico, como se a desigualdade fosse resolvida com cobrança seletiva. O empresário que “paga mais” precisa, para manter a estrutura viva, repassar o aumento de tributos para seus produtos e serviços. E quem sente isso no bolso? Exatamente o pobre — o mesmo que o governo diz proteger.
É o ciclo clássico: mais impostos para quem empreende = produtos mais caros = menos poder de compra da população = estagnação econômica.
Enquanto isso, empresas em todo o Brasil relatam dificuldades para contratar. Há vagas sobrando e pouca disposição para o trabalho formal. Muitos optam por benefícios assistenciais, empregos informais ou simplesmente desistem do mercado. O resultado? Menos produção, menos circulação de riquezas e mais dependência do governo.
Ajuste tributário ou ajuste ideológico?
Ao criticar o Congresso Nacional pela derrubada do decreto do IOF, Lula ainda chamou a atitude de “absurda” e acusou parlamentares de ignorarem acordos institucionais. Na prática, foi mais um recado: quem resiste ao plano é tratado como inimigo do povo.
O tom vem subindo. E a estratégia está clara: fortalecer programas sociais, enfraquecer a elite econômica e distribuir a narrativa de que “os ricos precisam pagar a conta”. Mas e se os ricos forem embora? E se as empresas quebrarem? Quem vai gerar emprego e renda?
Um Brasil à venezuelana?
É inevitável a comparação: será que o Brasil caminha para o mesmo modelo aplicado por Nicolás Maduro na Venezuela, onde o povo depende das migalhas do governo enquanto o setor privado afunda?
Hoje, o alerta não vem só de economistas. Vem do chão das lojas, das oficinas, dos supermercados e das pequenas empresas que não conseguem mais contratar. E o que se vê é um silêncio preocupante das lideranças políticas sobre o impacto real dessa nova estratégia de “ajuste social”.
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Conclusão: O Brasil precisa combater desigualdades, sim. Mas isso não pode ser feito jogando um lado da sociedade contra o outro. O verdadeiro desenvolvimento vem com equilíbrio, incentivo à produção, mão de obra valorizada e políticas públicas que unam — e não dividam — o povo brasileiro.