
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) precisou acionar um “freio de arrumação” em sua base aliada. Nesta segunda-feira (18), durante um evento em Salvador, o governador pediu publicamente que seus aliados evitem antecipar as negociações e disputas para as eleições de 2026, focando no trabalho do governo em 2025.
“2025 ainda não acabou, eu estou cuidando de correr trecho”, afirmou Jerônimo, destacando a necessidade de manter o grupo político unido para continuar tendo sucesso nas urnas.
O pedido do governador, no entanto, não acontece por acaso. Ele é uma resposta direta à crescente tensão dentro da aliança, especialmente com o PSD, partido do senador Angelo Coronel. Nos bastidores, a disputa pela vaga de senador na chapa majoritária de 2026 já começou e ameaça rachar o grupo.
O senador Jaques Wagner (PT) estaria articulando uma chapa “puro-sangue”, composta apenas por petistas, que incluiria ele mesmo e o ministro Rui Costa, deixando o PSD de fora da disputa ao Senado.
A possibilidade fez com que o senador Angelo Coronel subisse o tom. No último domingo (17), ele ameaçou romper com o grupo petista caso seu espaço na chapa não seja garantido. “No PSD, estou escalado como candidato à reeleição. Se o nosso partido não tiver garantido o seu espaço, não vamos ficar no PT.
Podemos migrar, sair na oposição ou até seguir independente”, declarou Coronel.
O “freio de arrumação” de Jerônimo é uma tentativa de conter a crise interna antes que ela saia do controle, mas a ameaça do PSD mostra que as negociações para 2026 já estão fervendo e prometem fortes emoções nos bastidores do poder na Bahia.




