A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar desvios e fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS será instalada nesta quarta-feira (20), no Congresso Nacional, e o relator, deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), já deu o tom dos trabalhos: a investigação será ampla e sem restrições.
O objetivo principal da CPMI é, segundo Ayres, “desnudar a engenharia criminosa que atacou aposentados e pensionistas”, focando especialmente nas irregularidades em empréstimos consignados e descontos indevidos nos benefícios.
Em uma declaração de forte impacto, o relator garantiu que não haverá blindagem para ninguém. Ao ser questionado sobre quem poderia ser convocado a depor, ele foi direto: “Vamos convocar quem quer que seja, quem eventualmente tenha concorrido, atuado para desviar esse recurso vai ser convocado para prestar seus esclarecimentos, seja quem for”.
Ayres confirmou que a lista de possíveis convocados pode incluir desde autoridades de governos anteriores até o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, que atua em uma das entidades investigadas no esquema.
A investigação começará ouvindo os técnicos e auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) e os agentes da Polícia Federal que descobriram a fraude, além das próprias vítimas do golpe. O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, também deve participar dos trabalhos da comissão.
O relator defendeu ainda a aprovação de um projeto que acaba com os descontos associativos nos benefícios do INSS, uma das principais portas de entrada para as fraudes que serão investigadas pela CPMI.
