
As declarações do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), sobre a política de Vitória da Conquista não passaram despercebidas e geraram forte reação. Em entrevista, Muniz criticou a possibilidade de a prefeita Sheila Lemos (União Brasil) lançar seu companheiro, Wagner Alves, como pré-candidato a deputado estadual, classificando o gesto como “submissão” ao PSDB.
O problema é que, antes de opinar sobre a política conquistense, o vereador deveria olhar para a própria casa. Salvador vive um cenário alarmante de violência, com índices que a colocam entre as capitais mais perigosas do país. Questões como segurança, transporte, desigualdade e abandono de bairros inteiros deveriam ocupar a prioridade do presidente da Câmara Municipal.
Enquanto isso, Vitória da Conquista segue crescendo. Com quase 400 mil habitantes, já é considerada a capital do Sudoeste Baiano e foi eleita entre as três melhores cidades do Brasil para se viver. É uma cidade com peso político, social e econômico próprio, que não precisa de “lições” de quem não entrega nada por aqui.
A pergunta que fica é: que contribuição Carlos Muniz já trouxe para Conquista? Emendas, investimentos, projetos? Nenhum. Ainda assim, tenta tratar a cidade como curral eleitoral, apenas como fonte de votos para fortalecer interesses particulares, especialmente a eleição de seu filho.
Em vez de “meter o dedo” na política conquistense, talvez fosse mais coerente o vereador se preocupar com Salvador — a sua terra, a sua responsabilidade. Porque aqui, em Conquista, o povo sabe muito bem separar quem trabalha de quem aparece só em época de eleição.




