Vereadores de Conquista apoiam “forasteiros” e deixam cidade em segundo plano

A cena se repete em Vitória da Conquista: os vereadores sobem na tribuna, batem no peito, reclamam da falta de deputados federais realmente ligados à cidade, mas, na hora da prática, correm para apoiar candidatos de fora.

Dos 23 vereadores, apenas Fernando Jacaré declarou apoio a um nome local, Waldenor Pereira. O resto parece estar mais preocupado com a própria “barriga redonda” do que com o futuro da população.

No PT, por exemplo, Márcia Viviane abraçou Jorge Solla, que tem base em Salvador, e Xandó preferiu dividir entre Deyvid Bacelar, de Feira de Santana, e Lucas Reis, também da capital. Já um grupo maior se encantou com o estudante de medicina Carlos Muniz Filho, filho do presidente da Câmara de Salvador, que vem colecionando apoios de vereadores conquistenses como figurinhas de álbum.

O presidente da Câmara, Ivan Cordeiro, defende que às vezes não há nomes viáveis em Conquista, então o jeito é buscar os “forasteiros”. Mas será mesmo?
A cidade tem nomes sim! Entre eles, Capitão Vasconcelos, Coronel Ivanildo, Wagner de Sheila, Delegado Marcus Vinícius e Vadinho Barreto — todos já colocados como pré-candidatos a deputado federal e que, no mínimo, conhecem de perto a realidade do município.

Enquanto isso, o povo continua sendo plateia das velhas promessas. A cada eleição, ressurgem os anúncios mirabolantes: “liberação” de obras das barragens, viadutos do anel viário, duplicações que nunca terminam…. Do jeito que vai, não duvide se, na próxima campanha, prometerem até praia na porta de cada eleitor!

Vitória da Conquista, mais uma vez, parece ser usada como trampolim político. Os surfistas de voto chegam, pegam a onda, fazem a foto e depois somem, deixando a cidade na mesma maré de sempre.