TENSÃO NO CARIBE: Maduro desafia Trump e propõe diálogo após EUA bombardearem navios venezuelanos

A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela atingiu um novo pico. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, propôs um diálogo direto com o governo de Donald Trump, dias após a marinha americana atacar pelo menos uma embarcação do país sul-americano, matando 11 pessoas. Trump alega, sem apresentar provas, que os navios transportavam traficantes de drogas.

Em uma carta enviada a Trump no dia 6 de setembro, Maduro rechaçou as acusações de que a Venezuela é um narcoestado.

Ele argumentou que apenas uma pequena parte da droga colombiana passa por seu território e que suas forças de segurança são eficientes em combatê-la. “Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que mancharam nossa relação”, escreveu Maduro, sugerindo conversas através do enviado especial dos EUA, Richard Grenell.

A oferta de diálogo, no entanto, ocorre em meio a uma escalada militar por parte dos EUA. O governo Trump anunciou uma grande operação no Caribe, envolvendo sete navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35. Na sexta-feira, Trump anunciou o que seria o terceiro ataque a supostos navios de tráfico venezuelanos, afirmando ter matado “três narcoterroristas”, novamente sem apresentar evidências.

O governo venezuelano nega que as vítimas do primeiro ataque fossem criminosos da gangue “Tren de Aragua”, como alegou Trump, e afirma que tem dezenas de milhares de soldados mobilizados no combate ao narcotráfico.

Apesar da hostilidade, alguns canais de cooperação parecem se manter, como os voos semanais de deportação de migrantes dos EUA para a Venezuela. A situação, no entanto, permanece volátil, com uma clara ameaça de novos confrontos militares na região.