Moradores chamam PM de “assassina” após morte de traficante em confronto; A quem a comunidade defende?

Um vídeo tenso e de forte repercussão que circula nas redes sociais neste domingo (28) joga luz sobre um dos debates mais difíceis da segurança pública na Bahia: a inversão de valores em comunidades dominadas pelo crime. Nas imagens, moradores de um bairro em Salvador hostilizam e acusam violentamente policiais militares que estão removendo o corpo de um homem morto em um suposto confronto.

O vídeo mostra uma guarnição da PM carregando um corpo em meio a uma multidão enfurecida. Os gritos são ensurdecedores e direcionados aos agentes do estado. Gritos de “Assassinos! Assassinos!”, “Covardes!” e “Mataram um inocente!” são ouvidos a todo momento, enquanto os policiais, sob imensa pressão, colocam o corpo na viatura.

A cena gravada, no entanto, mostra a comunidade defendendo o suspeito e atacando a polícia.

A situação levanta um questionamento profundo e incômodo. Quando a polícia, no exercício de sua função, age para deter a criminalidade em uma área de risco e um confronto resulta na morte de um suspeito, por que a revolta da população se volta contra os agentes da lei e não contra o crime que aterroriza aquela mesma comunidade?

É inegável que a relação entre a polícia e algumas comunidades é historicamente complexa e de mútua desconfiança. Contudo, as imagens deixam uma reflexão amarga: em que momento a defesa de um suposto criminoso se tornou mais importante que o combate à criminalidade que vitimiza os próprios moradores? O vídeo não nos dá respostas, mas expõe uma ferida aberta na nossa sociedade, nos forçando a perguntar: de que lado estamos na luta por um estado mais seguro?