
O governo brasileiro está preparando uma estratégia de “jogo duro” para a aguardada negociação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano, Donald Trump.
Segundo fontes do Planalto e do Itamaraty, o Brasil não irá se limitar a discutir as pesadas tarifas comerciais impostas pelos EUA. A pauta principal que o governo Lula levará à mesa é a exigência de uma revisão das sanções aplicadas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e a outros membros do Executivo.
A avaliação do governo é que não basta apenas negociar a questão comercial; é preciso defender a soberania do judiciário brasileiro e mostrar que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro foi correto e legal, e não uma “perseguição política” como alega o governo Trump.
As sanções contra Moraes foram aplicadas sob a “Lei Magnitsky”, uma legislação americana usada para punir indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. Além disso, vistos de outras autoridades brasileiras foram suspensos.
As conversas entre os dois países foram retomadas desde o breve encontro entre Lula e Trump na ONU, no último dia 23 de setembro. Embora a primeira conversa oficial entre os dois presidentes ainda não tenha data marcada, a expectativa é que ocorra por telefone ou videoconferência. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, está à frente das negociações preliminares.
A decisão de incluir a anulação das sanções no pacote eleva o tom da negociação e mostra que o Brasil não pretende adotar uma postura apenas reativa diante das pressões da Casa Branca.





