A CONTA CHEGOU: Enquanto o Rio de Janeiro sangra, decisão de Lula de não intervir com força máxima ecoa como abandono

A cidade do Rio de Janeiro se afoga em sangue, e a pergunta que não quer calar ecoa pelas ruas em chamas e vielas aterrorizadas: onde está o Estado brasileiro? Enquanto o governador Cláudio Castro clama que “o Rio está sozinho” em uma guerra contra um narcoterrorismo que sitia a cidade, a resposta parece vir de uma decisão de 2023, que hoje soa como uma sentença.

Em 27 de outubro daquele ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma declaração que agora é relembrada com amargura, cravou sua posição sobre a crise de segurança no estado. Conforme noticiou o portal g1 na época, Lula foi claro: não decretaria a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e não queria as “Forças Armadas nas favelas brigando com bandido”.

A decisão, na prática, foi um “não” ao uso de todo o poderio bélico do Estado contra facções que operam com táticas de guerrilha e armamento de guerra. O plano se resumiu a um apoio limitado, uma cooperação que, na visão do governo estadual e de muitos cidadãos, se mostrou completamente ineficaz diante da escalada da violência.

Hoje, a “conta chegou”. Com dezenas de mortos, incluindo policiais, e uma cidade inteira refém do medo, a recusa do presidente em tratar uma situação de guerra como guerra é vista como um erro estratégico fatal. Para os críticos, a opção de não colocar os militares em confronto direto é uma omissão que custa vidas e que, na prática, abandona a polícia estadual e a população à própria sorte.

Enquanto a batalha política se desenrola em Brasília, com notas e justificativas, a guerra real continua no asfalto e nos morros do Rio. A decisão de 2023 não é mais apenas um registro em um site de notícias; ela se tornou o símbolo de um governo que, para muitos, virou as costas no momento em que a população mais precisava de proteção.