Retrato da Desigualdade: Bahia tem mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada

Um levantamento recente trouxe à tona dados que escancaram uma realidade econômica preocupante no estado. Atualmente, a Bahia registra 2,46 milhões de beneficiários do Bolsa Família, um número superior aos 2,18 milhões de empregos formais (com carteira assinada) existentes.

Essa inversão estatística revela que, hoje, há mais baianos dependentes de programas assistenciais para sobreviver do que pessoas inseridas no mercado formal de trabalho.

O cenário não reflete apenas a desigualdade social, mas aponta para dificuldades estruturais graves na geração de emprego e renda em diversas regiões da Bahia. O fenômeno não é isolado: em todo o Nordeste, programas sociais continuam sendo a principal fonte de sustento para milhões de famílias, superando a criação de novas oportunidades formais.

Embora o Bolsa Família seja reconhecido como uma ferramenta essencial para garantir a segurança alimentar e a dignidade mínima da população mais vulnerável, o alerta está aceso.

Especialistas apontam que a dependência prolongada do benefício pode indicar uma falta de políticas públicas eficientes voltadas ao desenvolvimento econômico sustentável e, principalmente, à qualificação profissional da mão de obra, dificultando a porta de saída do programa para o mercado de trabalho.