
Um assunto vem gerando debates acalorados nas ruas e nas redes sociais: pessoas com alcoolismo severo agora podem receber do INSS um benefício mensal no valor de R$ 1.518, correspondente ao salário mínimo nacional.
Apesar de muitos acreditarem se tratar de um “auxílio criado exclusivamente para alcoólatras”, o direito está previsto na Lei 8.213/91, que rege os benefícios da Previdência Social. A lei garante que qualquer pessoa que comprove incapacidade para o trabalho, seja por doença física ou mental, pode receber auxílio-doença ou até aposentadoria por invalidez — desde que tenha laudos médicos e passe por perícia do INSS.
Segundo a legislação, o alcoolismo é reconhecido como um transtorno mental e comportamental (código F10 da CID-10) e, quando atinge níveis incapacitantes, dá direito ao benefício. Ou seja: não se trata de um “prêmio por beber”, mas de um reconhecimento da dependência química como doença que precisa de tratamento e, em casos extremos, impede a pessoa de exercer atividades profissionais.
Entenda como funciona o benefício:
Valor: R$ 1.518 (salário mínimo nacional, em 2025)
Quem tem direito: Pessoas diagnosticadas com alcoolismo grave, que estejam incapacitadas de trabalhar
Como solicitar: O cidadão deve ser segurado do INSS (ou ter contribuído nos últimos anos), apresentar laudos médicos e passar por perícia
Quem não contribui com o INSS: Pode tentar o BPC (Benefício de Prestação Continuada), desde que comprove incapacidade e baixa renda
Repercussão e crítica
Enquanto profissionais da saúde e do direito veem a medida como um avanço no combate ao preconceito e à exclusão social, muitas pessoas questionam a lógica do sistema: “Trabalhador acorda cedo, pega ônibus lotado, paga imposto… e quem está destruído pelo álcool recebe salário?”, disse um comerciante revoltado nas redes sociais.
A discussão vai além da política e da economia: toca diretamente em temas como assistência social, saúde pública e dignidade humana.
Apesar da polêmica, o que se espera é que esse benefício sirva como porta de entrada para o tratamento da dependência química — e não como incentivo à permanência na rua ou no vício.




