
Um anúncio recente deixou em alerta moradores de Vitória da Conquista e de dezenas de cidades do interior baiano: a empresa de transporte Novo Horizonte, tradicional na região há décadas, foi notificada e não poderá mais operar na Bahia.
A decisão teria partido da Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos), e tudo indica que houve respaldo do próprio Governo do Estado. A medida causou surpresa, revolta e preocupação — especialmente entre os que conhecem o impacto dessa empresa para o Sudoeste e o Sertão baiano.
A empresa tem problemas? Tem. Envolveu-se em acidentes, há críticas quanto ao conforto de parte da frota e há muitas reclamações por melhorias. Mas é impossível ignorar o que ela representa para o povo do interior:
Chega onde muitas empresas nunca se arriscam;
Atende comunidades remotas, vilarejos e cidades sem alternativas;
Garante transporte diário entre Conquista e regiões que ficariam isoladas.
Para suprir os trajetos que a Novo Horizonte atende hoje, seriam necessárias pelo menos 10 empresas, com grande capacidade de operação e estrutura. E, até agora, nenhuma proposta concreta foi apresentada pelo governo para essa substituição.
Além do colapso na mobilidade, a saída da empresa impacta diretamente a economia local:
Serão milhões de reais que deixam de circular em Vitória da Conquista — entre salários, vale-alimentação, manutenção de ônibus, compra de peças, combustível e impostos pagos.
Centenas de famílias que dependem direta ou indiretamente da Novo Horizonte podem ficar sem sustento.
O Governo do Estado precisa rever essa decisão com urgência. Se realmente governa para os mais pobres, como afirma em suas campanhas, não pode simplesmente “dar uma canetada” e fechar os olhos para o drama social que isso irá gerar.




