O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou que já processou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por difamação. A ação é uma resposta a uma declaração de Lula que, sem citar nomes, ligou a campanha do parlamentar contra novas regras para o PIX a uma suposta proteção ao crime organizado.
A fala do presidente ocorreu durante um evento oficial, no contexto da megaoperação que investiga a infiltração do PCC no mercado financeiro através de fintechs. Lula afirmou que as mudanças propostas pela Receita Federal, contra as quais Nikolas fez campanha, visavam justamente coibir a lavagem de dinheiro por facções.
Nikolas Ferreira reagiu duramente em suas redes sociais: “Em rede nacional, Lula cometeu a canalhice de afirmar, dolosamente e sem prova alguma, que eu defendi o crime organizado. Uma mentira torpe, criminosa e irresponsável. Irei à Justiça para que responda por essa difamação”, declarou.
O que mais chama a atenção, e que tem gerado ironias nas redes sociais, é a linha do tempo dos fatos. As investigações da Polícia Federal sobre o esquema bilionário do PCC abrangem o período de 2020 a 2024. Já a polêmica e os vídeos de Nikolas contra as novas regras de fiscalização do PIX foram publicados apenas em 2025.
A questão que fica no ar é: como o deputado poderia ter atuado para proteger um esquema que já estava em plena operação anos antes de sua campanha sobre o tema? A cronologia dos fatos, no mínimo, torna a acusação do presidente bastante questionável e alimenta a narrativa de perseguição política.
