Inimigo do PCC: Ex-chefe da polícia de SP fuzilado no litoral era conhecido pelo combate à facção

Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, investigava o Primeiro Comando da Capital desde o início dos anos 2000 e era considerado um dos maiores adversários do grupo criminoso.

Novas informações sobre a execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, apontam para uma possível retaliação da maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Fontes, que foi fuzilado em uma emboscada na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista, tinha um longo e conhecido histórico de combate direto ao grupo.

O delegado era considerado pelo PCC como um de seus maiores inimigos. Sua trajetória na polícia foi marcada pela investigação e repressão às atividades da facção, trabalho que ele iniciou no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) no começo dos anos 2000.

Naquela época, a existência do PCC ainda era subestimada e até negada por autoridades do governo estadual.

A dedicação de Fontes no combate ao crime organizado foi lembrada por colegas. Em declaração, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, diretora da Academia dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), lamentou a morte e reforçou o legado do ex-delegado-geral.

“Um dos melhores Delegados-Gerais que conheci, Ruy foi executado covardemente hoje por criminosos, após uma trajetória marcada pelo combate firme e incessante ao PCC, impondo enormes prejuízos ao crime organizado”, destacou.

A forma como o crime ocorreu — uma emboscada profissional com fuzis, registrada por câmeras de segurança — reforça a tese de que a execução foi planejada e executada por uma organização poderosa. A principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo, agora, é a de vingança por parte do PCC contra um de seus mais notórios adversários.