
A proposta do governo federal de acabar com a obrigatoriedade das aulas em autoescolas para tirar a CNH, que promete baratear o documento em até 80%, pode ter um custo social e econômico altíssimo. Um documento da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) alerta que a medida pode levar ao fechamento de mais de 15 mil autoescolas e ao desemprego de 300 mil trabalhadores em todo o Brasil.
A polêmica medida, que é uma das prioridades do Ministro dos Transportes, Renan Filho, já recebeu o aval do presidente Lula e entra em fase de consulta pública por 30 dias a partir desta quinta-feira (02). O governo argumenta que a mudança trará “justiça social”, podendo reduzir o custo da CNH de uma média de R$ 3 mil para até R$ 750, além de regularizar cerca de 20 milhões de motoristas que hoje dirigem sem habilitação.
No entanto, a Feneauto contesta os números e prevê o fim do setor com a decisão. A entidade argumenta que o custo médio das aulas, segundo um estudo da própria Senatran, é de R$ 1.350, bem abaixo do valor divulgado pelo governo.
O projeto de alteração mantém a obrigatoriedade do curso teórico, mas cria alternativas, como uma plataforma online e gratuita do governo. Outra mudança proposta é que o exame médico poderá deixar de ser exclusivo das clínicas credenciadas aos Detrans, visando reduzir custos.
A consulta pública que se inicia hoje será o principal palco para o debate entre o governo, que defende a popularização da CNH, e o setor de autoescolas, que luta pela sobrevivência de milhares de empregos.




