Mais de 40% do que é coletado vai para lixão ou similar, diz estudo.

Mais de 3.000 municípios ainda destinam seus resíduos para locais inadequados, como lixões e aterros sem controle ambiental. Significa que essas cidades buscam o lixo doméstico nas casas das pessoas com seus veículos, atravessam distâncias consideráveis queimando gasolina e jogam os resíduos em locais que não têm nenhum sistema de proteção à saúde humana e ao meio ambiente. São criadouros de doenças e poluição do ar, do solo e das águas. Em 2018, 29,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) foram depositados em locais desse tipo, 40% do total coletado. Enquanto no Brasil os outros 59,5% (43 milhões de toneladas por ano) vão para em aterros sanitários com condições de operação, países com a mesma faixa de renda têm média de destinação adequada de resíduos bem superior: 70%. Os dados constam no Panorama dos Resíduos Sólidos 2018/2019 da Abrelpe (Associação Brasileiras das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). A geração total estimada de resíduos foi de 79 milhões de toneladas por ano, passando de 214.868 toneladas por dia para 216.629 toneladas por dia, mantendo crescimento observado desde 2015. Desse total, 6,3 milhões de toneladas ao ano de lixo domiciliar sequer foram coletados. A taxa de cobertura da coleta está em 92%. Segundo o Panorama, cerca de 1 em cada 12 brasileiros não tem coleta em casa. A Abrelpe defende que, para avançar nessa área no caminho da sustentabilidade, são necessários investimentos em novas plantas e recursos permanentes para a operação e para isso é indispensável um sistema de remuneração direta pelos usuários. Ou seja, o pagamento de taxa de lixo transparente conforme a geração e utilização dos serviços. A solução seria mais justa do ponto de vista social e desoneraria os cofres públicos de alto desembolso, argumenta.

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