Carroceiros participam de curso até quarta-feira, 24

Mesmo já aposentado como trabalhador rural, Augusto Leite, 75 anos, continua a trabalhar como carroceiro.Ele se dedica a essa atividade há cerca de cinco décadas, desde que deixou a região de Inhobim, onde nasceu, para ir em busca de trabalho na área urbana de Vitória da Conquista. “O trabalho que eu achei aqui foi de carroça. E fui fazer isso para sustentar a família”, contou ele.

Na tarde desta segunda-feira, 22, no auditório do Centro Municipal de Atendimento Especializado (Cemae), Augusto participou do primeiro dia do curso oferecido pela Prefeitura a carroceiros, a fim de regulamentar o tráfego dos veículos de tração animal nas ruas da cidade.

As aulas continuam até a próxima quarta, 24, totalizando uma carga total de 25 horas. Entre os ministrantes, há instrutores e agentes de trânsito, além de médico veterinário e assistente social. O curso inclui aulas sobre regras de circulação no trânsito, seguridade social, proteção aos animais, despejo e reciclagem do material transportado pelas carroças.

Augusto considerou “ótima” a iniciativa da Prefeitura. “Nós queremos trabalhar, não queremos fazer polêmica. Com polêmica, a gente não resolve nada. A gente resolve as coisas é com sinceridade, compreensão, ordem. Porque, se eu sei que nessa rua eu não posso passar, eu não vou passar”, disse.

O sobrinho de Augusto, Anderson Ferraz, pertence à geração mais recente dos carroceiros da família. Embora tenha 25 anos, ele trabalha no transporte de fretes desde os 11 anos de idade. Costuma alternar o ofício de carroceiro com os empregos fixos que arruma: quando consegue alguma ocupação com carteira assinada, solta o cavalo e guarda a carroça; se se vê desempregado, retoma a antiga atividade.

Ele está há três anos, ininterruptamente, trabalhando como carroceiro, e também se mostrou favorável à regulamentação. “Tem vários aspectos a serem resolvidos”, observou Anderson, durante o curso no Cemae. “Acho que se for um caso de melhora mesmo, a gente tem que aceitar. A gente tem que andar conforme a lei, mesmo”.

Cadastramento – Aproximadamente 300 carroceiros se cadastraram para participar do curso, que é apenas o primeiro momento do processo de regulamentação. Após os três dias de aulas, eles receberão certificados.

“Logo depois, a gente vai marcar o cadastramento, onde a gente vai entregar o documento de licenciamento deles, para eles terem autorização para conduzir o veículo de tração animal e tendo todos os cuidados necessários para que eles possam contribuir com o coletivo”, informou Rayner Mendes, assessora da Coordenação Municipal de Trânsito.

Tais medidas pretendem pôr em prática a Lei Municipal nº 1.485/2008, que estabelece regras para a regulamentação do tráfego de veículos de tração animal nas ruas da cidade. Entre outras coisas, a lei proíbe o trânsito desses veículos na avenida Lauro de Freitas, na rua Francisco Santos e na praça Barão do Rio Branco.

Estabelece ainda que os condutores devam ter mais de 18 anos e que não excedam o limite de peso nem a carga máxima de trabalho que os animais podem suportar. Outra exigência é que os condutores coloquem bolsões coletores nos animais, a fim de evitar que as ruas fiquem sujas e malcheirosas, oferecendo riscos à saúde pública.

 

 

Fonte: PMVC

 

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