Pode ser o brasileiro em geral que seja assim, pode ser o baiano, mas eu vou falar dos conquistenses. Antes de mais nada, tenho que registrar que EXISTEM, CLARO, MUITAS EXCEÇÕES, mas…Participo de mais de 20 grupos de whatsapp que discutem política, poucas vezes vi gente mais grossa e mal educada para discutir política como o tal do conquistense. Dizem que o nível cultural dos conquistenses é um pouco acima da média dos habitantes de outras cidades nordestinas. Aparentemente, quem chega a Conquista pode ter mesmo essa sensação. Glauber Rocha, UESB, UFBA, FTC, FAINOR, MAURÍCIO DE NASSAU, UNOPAR e tantas outras instituições de ensino público e privado. A terra de Elomar, o internacional pianista Ricardo Castro, Dirlei Bonfim. A terra do Festival de Inverno, do Festival de Música da UESB. Lugar dos barzinhos mais descolados. Das livrarias.
A verdade é que Conquista é uma cidade que ainda vive de aparências. Apesar dos Shoppings, das Faculdades e Universidades, da imprensa forte, de ostentar ser uma cidade cosmopolita, quando um observador forasteiro faz uma radiografia de alguns aspectos da cultura local, revela-se um resultado que muitas vezes não é percebido pelos nativos. Os que são visitantes, por conviverem pouco tempo aqui ou mesmo por receio de ofender os conquistenses, acabam se calando ou comentando apenas entre si, as peculiares características do comportamento local.
Tenho vários comentários sobre os conquistenses, mas quero me deter na questão dos debates políticos. A exemplo de Anagé, Caetité, Caculé e outras cidades deste porte, Conquista tem o mesmo nível de debates acerca da importante e vital arte da política. O conquistense ainda precisa avançar mais em alguns estágios do proveitoso e científico debate político. Para alguns, você tem que estar de um lado e odiar e fazer tudo para acabar com o lado adversário. Isso acontece porque grande parte, depende de alguma forma, dos humores da política. São pessoas que defendem interesses pessoais travestidos de “debates políticos”. A prova disso é que quando se critica o governo da situação, o jornalista que faz seu trabalho sério e sem comprometimento com nenhum grupo, passa a ser atacado de forma grotesca e até criminosa por asseclas e cães de guarda dos maiorais da política.
O conquistense deveria se preocupar mais com sua cidade. Está provado que todos os políticos precisam ser o tempo todo cobrados e fiscalizados, e quem mais tem obrigação de fazer isso é justamente quem os elegeu. Os eleitores de Herzem Gusmão, tem sim que exigir que os que estão dirigindo a cidade corrijam imediatamente as falhas.
Infelizmente quando alguém tenta conversar sobre gestão pública, direitos e deveres, situações que requerem mais rigor, estas pessoas são imediatamente atacadas pelos militantes políticos ou até pelos que detém o poder de influência, e alijada do processo. Os que criticam o prefeito são automaticamente colocados dentro do mesmo “saco” daqueles que realmente odeiam o a figura pessoal do prefeito. Nem todos os que criticam o governo Herzem, seus secretários ou sua Assessoria de Comunicação, fazem isso motivados pelo ódio ou qualquer outro interesse escuso. Não. Existem pessoas que realmente querem exercer seu direito de criticar um governo sem necessariamente pertencer a alguma corrente política, apenas querem exercer sua cidadania.
E em relação ao governo, cadê a humildade? Se o povo, a imprensa e a maioria está criticando, o governo tem que ter o respeito de ouvir as críticas e mostrar através de ações e atitudes DIFERENTES que vai mudar. Não adianta dizer que vai melhorar e continuar fazendo DA MESMA MANEIRA que tem feito desde o começo. O povo percebe isso. A imprensa nota isso. Qualquer pessoa que não tenha uma azeitona no lugar do cérebro e viva em Conquista percebe isso.
É hora do conquistense amadurecer e entrar nos debates sobre a política municipal, estadual e nacional, de forma mais crítica, analítica e comprometida com a sua cidade e não simplesmente com um espírito de torcida organizada. As pessoas nas redes sociais de Conquista estão perdendo totalmente a noção do respeito ao ser humano e se digladiando como animais ferozes e irracionais para defender políticos e políticas que representam seus interesses pessoais. O Brasil só muda quando o brasileiro mudar sua mentalidade e começar a ver o debate político honesto e verdadeiro como a solução para sairmos desse abismo em que os políticos e nós mesmos nos metemos;
Blog Do Caique Santos.