Afinal, o ‘bicho papão’ dos corruptos pediu para sair, ou não???

Apesar de interlocutores do Ministério da Justiça relatarem ao UOL que o chefe da pasta, Sergio Moro, pediu para deixar o governo Bolsonaro (sem partido), oficialmente, às 15h10 de hoje, a assessoria do ministério afirmava que o pedido de demissão “não está confirmado”.

A requisição de Moro para deixar o cargo, relatada também pela Folha após Bolsonaro anunciar que trocaria o comando da PF (Polícia Federal), também foi negada à reportagem do UOL pelo deputado federal capitão Augusto (PL-SP), integrante da chamada “bancada da bala” e próximo do ex-juiz.

O deputado afirma que tem uma reunião marcada com o ministro da Justiça para a próxima terça e que, por volta das 15h30 de hoje, confirmou com Moro que o encontro está mantido.

“Fiz contato agora pouco para saber se mantém a agenda, está mantida, não pediu demissão”, disse capitão Augusto à reportagem.

Entre as dúvidas que o descompasso de versões deixa, há uma certeza: há mais de uma semanas, Moro entrou na linha de tiro do bolsonarismo. Em 14 de abril, a colunista do UOL Thaís Oyama analisou tweets de Carlos e Eduardo Bolsonaro contra Moro. Eles criticavam o ministro por não se alinhar a Jair Bolsonaro, contrário ao isolamento social amplo como estratégia para combater a covid-19.

Segundo Thaís, os filhos viam Moro mais preocupado com sua própria imagem do que com o alinhamento ao governo federal. Reinaldo Azevedo, também colunista do UOL, tem análise parecida: Moro tem seus próprios planos e passou a incomodar Bolsonaro, que tenta esvaziar os poderes do ministro.

Segundo a Folha, Bolsonaro quer tirar da diretoria-geral da PF Maurício Valeixo, que foi escolhido por Moro para a função. Valeixo é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato.

Desde o ano passado, Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia. Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer Moro a permanecer no governo, segundo a Folha.

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