Fiscalização eletrônica ajuda a reduzir acidentes de trânsito sem vítimas em 20% de janeiro a outubro deste ano

De janeiro a outubro deste ano, Vitória da Conquista registrou uma redução de 20% nas ocorrências de acidentes de trânsito sem vítimas. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) foram 2.080 acidentes ante 2.599 acidentes da mesma natureza no mesmo período do ano passado.

Um dos fatores associados a essa mudança é a fiscalização eletrônica em vias de fluxo intenso. Nas avenidas com os medidores de velocidade – Juracy Magalhães, Luís Eduardo Magalhães, Brumado, Perimetral, Frei Benjamin, Laura Nunes, Olívia Flores, Gilenilda Alves, Presidente Vargas, Paraná, Vivaldo Mendes, Siqueira Campos e Régis Pacheco – o total de acidentes sem vítimas caiu de 421, de janeiro a outubro do ano passado, para 346 neste ano.

 

De acordo com o coordenador municipal de Trânsito, Tiago Barros, estão sendo desenvolvidos alguns projetos de engenharia de trânsito, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), com o objetivo de adequar questões estruturais em algumas vias da cidade, de forma a evitar ou a reduzir ainda mais as consequências em caso de possíveis acidentes.

Mas, segundo ele, as principais causas de acidentes estão atreladas ao fator humano. “Seja por imprudência, seja por imperícia. Acabam sendo associados a excesso de velocidade, a desobedecer algum regramento do Código de Trânsito, ou seja, transitar em contramão, executar conversões proibidas, avançar sinal vermelho do semáforo e também o fator do celular, conduzir o veículo utilizando o telefone celular”, informou o coordenador.

*Superação*
De acordo com o DataSUS, quase três pessoas a cada hora perderam a vida em acidentes de trânsito no Brasil em 2020, totalizando 32.716 óbitos. Em 2016, o instrutor de Trânsito da Semob, William Abreu, passou próximo de entrar para essa estatística, mas felizmente superou as sequelas do grave acidente e pode contar sua história.

O instrutor estava conduzindo uma motocicleta a serviço, com um colega de trabalho de carona, na Avenida Juracy Magalhães. À sua frente, um veículo realizou um retorno em local proibido e acabou colidindo com a motocicleta. Seu colega teve uma perna fraturada, mas Abreu ficou em uma situação bastante pior. “Minha cabeça bateu na coluna, na lateral do veículo. Eu estava de capacete, identificado como viatura e tal, mas mesmo assim ele não conseguiu visualizar e acabei colidindo na lateral do veículo”, recordou.

O agente recebeu atendimento médico, mas teve uma parada cardiorrespiratória, convulsionou e ficou em coma por nove dias. Ele foi diagnosticado com traumatismo craniano, um coágulo na cabeça e deslocamento nos rins, quadro que também lhe rendeu uma infecção. Foram 15 dias na UTI, batalhando por sua vida.

“Essa situação modificou toda a minha vida, a vida dos meus familiares, e até mesmo as vidas dos meus colegas de serviço”, conta Abreu. Por isso ele deixa um recado: “Precisamos de cada vez mais ações voltadas a evitar acidentes de trânsito. As pessoas precisam perceber o risco que elas correm no trânsito e o risco que elas produzem no trânsito. Essa forma que elas entendem as vias e os veículos tem que ser modificada, porque, ano após ano, isso está gerando vítimas de acidentes de trânsito. E quando essas vítimas são fatais, elas interrompem não somente as histórias próprias, mas das pessoas que estão ao redor, da sociedade que está ao redor, dos seus familiares.”

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