PROFESSORES RESPONSABILIZAM O GOVERNO POR PARALISAÇÃO

 


Se os alunos estão sem aula a culpa é do

governador Jerônimo!”. A afirmação é do delegado da APLB Sindicato, Tony Alcântara, em manifestação realizada na Praça 9 de Novembro em Vitória da Conquista na manhã desta segunda-feira. Ele classificou de “indecente e indecorosa” a proposta de reajuste da categoria enviada por Jerônimo Rodrigues à Assembleia Legislativa do Estado. A paralisação acontece hoje (13) e amanhã (14).

A pauta de reivindicações dos professores estaduais prevê um reajuste de 10 por cento a partir de janeiro, data base da categoria. Mas, segundo os manifestantes, o governador enviou uma proposta muito abaixo do previsto – sem respeitar o piso salarial-, parcelada em três vezes e com retroativo a partir de fevereiro.

“A Rede Estadual parou pra dizer: governador queremos respeito, queremos dignidade. Então portanto, se seus filhos estão sem aula hoje e amanhã a culpa é do Governo do Estado que não respeita a educação”, finalizou o delegado sindical Tony Alcântara.

Conversamos agora com a professora Lucy Neide, ela que está indignada com esse repasse do governo. Gente, só 10% foi pedido do sindicato, 10%. Ainda vem um desconto, mas o governo ofereceu quanto, professora?

Infelizmente não houve avanço nas negociações da campanha salarial. O governo mais uma vez aponta, não com uma vantagem plausível que contemple as reivindicações da categoria. Ofereceu apenas em torno de 5% de aumento pagado em três parcelas, um agora em maio, outro em julho e outro em setembro. Mostrando que não tem vontade política pública de valorizar o profissional do magistério. Há mais de 10 anos que nós sofremos com perdas salariais, extremamente significativas, que vem tirando do professor estadual, o seu poder de compra, o poder aquisitivo, que vem tirando do professor a sua capacidade de ter uma qualidade de vida melhor e trabalhar dentro do magistério com mais valorização, com mais qualidade de ensino. O Governo ainda, ao pagar o precatório, que recebemos de perdas salariais há um tempo atrás, o governo coloca o juros, coloca o montante no banco e infelizmente ao repassar para nós, só vai repassar o montante sem os juros, então isso para nós são perdas realmente muito complicadas, porque isso não valoriza o nosso poder de compra, então nós estamos lutando para receber os precatórios com juros, estamos lutando para uma proposta que realmente contemple a categoria na sua valorização salarial e estamos lutando para a retomada da valorização do plano de carreira do magistério, em que o governo ao mudar o plano de carreira do magistério, retira da tabela salarial índices que são extremamente importantes para a valorização do salário, o topo na carreira, para o tempo de serviço, para a qualificação profissional e tudo isso vem sendo retirado e além de tudo, a educação na Bahia vem sofrendo os piores índices no ranking da educação no país e o que nós lutamos não é só pela valorização salarial, nós estamos lutando para que o governo aposte e comece a apontar na perspectiva de uma educação de qualidade, mais justa para a Bahia, para que os filhos dos trabalhadores consigam ter uma educação de qualidade e consigam inserir dentro de uma sociedade em busca de um lugar dentro dessa sociedade, como profissionais. Então é uma luta justa e nós estamos nesse momento, conclamando a Comunidade Vitória da Conquista que nos apoie, que a nossa luta não é só pela valorização salarial, não é só pela valorização do resgate do plano de carreira de magistério, mas é fundamentalmente para a qualidade da educação do ensino no estado da Bahia.

Tony* – Professora, nos últimos 9 anos os professores do estado da Bahia tiveram perdas salariais, avassaladoras, nos últimos 9 anos, como a senhora enxerga essas perdas, melhor dizendo, já que a senhora tem mais de 20 anos de estrada?

Lucy* Na verdade, essas perdas salariais fazem parte de uma política pública do governo, em desvalorizar o profissional do magistério, em não ter uma política voltada para a valorização. É uma campanha que foi orquestrada, é um projeto do governo desvalorizar o profissional do ensino do magistério. Nesse sentido, nós estamos lutando e vimos aqui nas ruas hoje para trazer e conclamar a comunidade de Conquista que se sensibilize com a nossa luta, porque valorizar o profissional do magistério é fundamentalmente, valorizar a educação na Bahia. E nós estamos organizando, daqui pra frente, um momento forte para mudar essa realidade tão avassaladora, tão forte que ataca o profissional do magistério. Então estamos pedindo que a comunidade de Vitória da Conquista, os estudantes da escola pública, também entrem nessa luta, pra que a gente possa realmente fazer com o que Governo tencione e venha com uma proposta que realmente traga uma dignidade do profissional da educação e que traga políticas públicas para a educação no estado da Bahia.

Eu converso agora com a professora Bruna e ela está indignada com o reajuste que foi passado aí pelo governo do estado da Bahia.

Bruna* Boa tarde, Léo. Nós professores estamos aqui hoje, segunda-dia 13, amanhã também estaremos dia 14, reunidos, mobilizados em resistência ao reajuste proposto pelo governo da Bahia, que oferece um reajuste mínimo que não está de acordo com a dignidade do nosso trabalho, a defasagem do nosso salário, do piso salarial e nós estamos exigindo um acordo melhor, uma conversa melhor com o governo para que olhe para os professores e dê a nós um piso salarial melhor e mais digno de acordo com o nosso trabalho e a nossa dignidade.

*Leo Santos* – Olha a associação, o sindicato pede 10% e o governo oferece. Ofereceu 1,59%.

*Bruna* Isso, ele ofereceu 1,59% para fevereiro como retroativo, mais 2% em uma parcela e mais outra parcela de 2%, dando um total de 5,5%, mais ou menos, né? E nós estamos pedindo 10% de reajuste.

Leo Santos* Mas ainda é muito pouco, né?

Bruna* – Ainda é muito pouco.

 

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