Religiosos como Alessandro Campos e Fábio de Melo estão entre as atrações confirmadas para o período junino; só o Padre Alessandro fará três shows por quase R$ 1 milhão.
O tradicional São João da Bahia contará em 2025 com apresentações de religiosos que, além de evangelizar, movimentam cifras milionárias. Quatro padres estão confirmados em diferentes cidades do estado, somando juntos R$ 1,785 milhão em cachês, segundo dados do Painel de Transparência dos Festejos Juninos do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O destaque é o padre Alessandro Campos, conhecido como “O Padre Sertanejo do Brasil”, que lidera a lista com R$ 975 mil por três apresentações: Campo Formoso (R$ 345 mil), Barreiras (R$ 330 mil) e Itatim (R$ 300 mil). Com forte presença nas redes sociais — mais de 2 milhões de seguidores — o sacerdote se tornou um dos nomes mais disputados do calendário junino.
Logo atrás está o padre Fábio de Melo, que se apresentará em Quijingue e Nordestina, com cachês de R$ 300 mil em cada cidade, totalizando R$ 600 mil. Embora seja um dos mais populares do país, ele figura como o segundo mais bem pago entre os padres que se apresentam na Bahia.
Já os religiosos com os menores cachês são padre Antonio Maria, que receberá R$ 130 mil por uma única apresentação em Castro Alves, e padre João Carlos, com R$ 80 mil por show em Jeremoabo.
Comparativo com 2024
O investimento em apresentações religiosas cresceu de forma significativa em relação ao ano passado. Em 2024, o total pago a padres por shows foi de R$ 501 mil, menos de um terço do montante atual. Naquele ano, Alessandro Campos também esteve na lista, recebendo R$ 310 mil por um show em Jacobina. Antonio Maria, por sua vez, chegou a receber R$ 163 mil em Teofilândia — mais do que em 2025.
O crescimento do investimento chama atenção, especialmente em um cenário onde municípios baianos têm enfrentado desafios financeiros. O debate sobre a mistura entre eventos religiosos e recursos públicos deve, mais uma vez, ganhar espaço durante os festejos juninos.
