
A tradicional festa de São João em Jequié, que costumava atrair turistas de toda a Bahia e de outros estados, agora dá lugar ao medo e à insegurança. Na noite desta terça-feira (17), um casal foi brutalmente executado a tiros dentro de uma distribuidora de bebidas na Rua Baixão, no bairro Joaquim Romão. As vítimas, segundo informações preliminares, seriam o proprietário do estabelecimento e uma mulher, ambos surpreendidos por criminosos armados que invadiram o local e atiraram várias vezes.
Após a ação criminosa, os autores fugiram em uma motocicleta e seguem foragidos. A Polícia Civil e a Polícia Militar foram acionadas, mas até o momento ninguém foi preso. Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML), ainda sem identidade oficialmente confirmada.
O clima de terror se espalha pela cidade. Só entre segunda e terça-feira, cinco pessoas foram baleadas em Jequié. E não é só a população que sente o impacto: turistas que pretendiam curtir o São João têm desistido da viagem, temendo se tornarem novas vítimas dessa onda de violência.
Enquanto a cidade contabiliza mortos e baleados, a Prefeitura segue investindo pesado na realização de uma grande festa junina, com artistas renomados, como Gusttavo Lima, cujo cachê pode passar de R$ 1 milhão. A população se pergunta: de que adianta uma festa milionária se a realidade nas ruas é um cenário de guerra?
O São João, que sempre foi sinônimo de alegria, cultura e acolhimento, está ameaçado. Jequié pede socorro. A música vai tocar, os fogos vão estourar — mas, nos bastidores, o que explode é o medo e o silêncio de quem chora seus mortos.




